28 de agosto: Dia internacional da igualdade feminina.
Segundo a edição 2025 do mapa “Mulheres na Política”, publicado pela União Interparlamentar (UIP) e pela ONU Mulheres, a representação feminina em parlamentos e ministérios segue estagnada em todo o mundo. O Brasil acompanha esta tendência, ocupando a 133ª colocação no ranking global de representação parlamentar de mulheres e a 53ª posição no ranking de representação ministerial.
O estudo também revela que apesar de as Américas apresentarem a maior proporção de mulheres parlamentares no mundo (35,4%), o Brasil tem índices muito abaixo da média do continente. Apenas 18,1% da Câmara dos Deputados é composta por mulheres e no Senado elas são 19,8%. Esses números colocam o Brasil entre os piores desempenhos globais nesse quesito.
A presença feminina na política tem crescido a passos lentos no Brasil. Desde 1996, o Brasil mantém um sistema de cotas, que estabelece que cada partido ou coligação deve reservar para mulheres um mínimo de 30% das vagas nas listas de candidaturas. Garantir a porcentagem de candidaturas é essencial para favorecer o aumento de mulheres eleitas. Entretanto, há outros desafios, como a preparação política das mulheres para se vencer as resistências na difícil tarefa de disputar uma eleição.
Neste sentido, o Defesa Lilás, projeto do União Brasil, atua encorajando e engajando mulheres a participarem da vida política. Trata-se de um programa integrado de formação política dedicado às mulheres, que conta com uma plataforma de EAD e um ambiente digital colaborativo. O objetivo é conectar e desenvolver ideias em prol da participação feminina qualificada, a segurança plena e qualidade de vida das mulheres.
“É preciso incentivar as mulheres a superar o medo e buscar ativamente espaços públicos. A presença feminina e a sua participação na política são fundamentais para a democracia brasileira”, ressalta Mila de Rueda, tesoureira do União Brasil e coordenadora nacional do “Brasi 2044”, “hub de inovação” em cidades inteligentes e sustentáveis, lançado pelo partido na COP28. Tesoureira do União Brasil, Mila também se dedica a colocar as mulheres em “espaços relevantes nas estruturas partidária, eleitoral e política”, diz ela.
“Representamos mais de 50% da população e temos a tarefa e a responsabilidade de dar voz a quem não tem voz e de entender que, no processo democrático e político no nosso país, a partir dos municípios e dos estados e nacionalmente, temos a responsabilidade de trazer questões importantes sobre a representação feminina, sobre o debate que envolve todas nós, senadoras, quando lidamos com orçamento, com questão tributária, com o desenvolvimento das cidades, com o cuidado nas áreas da saúde, educação e, logicamente, representação política”, disse a senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO), líder da Bancada Feminina no Senado.
Segundo estudo do Observatório Nacional da Mulher na Política da Câmara dos Deputados a participação feminina aumentou 1% nas eleições de 2024 em comparação com as eleições municipais de 2020. Em 86% dos municípios a cota de 30% de candidaturas femininas foi cumprida. Mas, mesmo assim, em 772 cidades (14%) pelo menos um partido teve menos mulheres candidatas que o mínimo.
Federações em prol da representatividade feminina na política
A recém-instituída federação União Progressista (UPb) desponta como uma oportunidade para fomentar a participação feminina na política brasileira.
Isso porque, o estudo realizado pelo Observatório Nacional da Mulher na Política da Câmara dos Deputados também constatou que todas as federações tiveram um grau de descumprimento menor que 2%. “A união de partidos em federações parece contribuir para um melhor cumprimento da legislação eleitoral referente à participação feminina. Isso pode ser resultado da combinação de recursos e estratégias para incentivar e viabilizar mais candidaturas de mulheres”, diz a nota técnica.