Em discurso na tribuna do Senado, na tarde desta terça-feira (26), o senador Jayme Campos (MT) defendeu a aprovação de uma “lei de reciprocidade econômica” nas relações comerciais entre países. O parlamentar criticou os ataques do CEO global do Carrefour à carne brasileira. Segundo o parlamentar, as falas de Alexandre Bompard representaram uma “ofensa direta ao agronegócio nacional”. Hoje, a empresa francesa publicou uma carta de retratação após a polêmica envolvendo a carne produzida no Mercosul.
“O pedido de desculpas, porém, chegou tarde demais e pouco atenua os prejuízos causados à imagem da produção brasileira. É inaceitável, não apenas no campo legal, mas também no âmbito moral, colocar em dúvida a qualidade de nossa produção e a ética ambiental da agropecuária brasileira”, frisou Campos. “Não podemos permitir, sob nenhuma hipótese, que empresas internacionais, com o discurso protecionista, penalizem nossos produtos. É fundamental aprovarmos uma Lei de reciprocidade econômica entre os países nas relações comerciais”, acrescentou.
Segundo Jayme Campos, nos últimos 30 anos, a pecuária brasileira aumentou sua produtividade em 172% e reduziu a área de pastagem em 16% – dado que coloca o Brasil entre os parques pecuários mais sustentáveis do mundo. As áreas de preservação da vegetação nativa alcançadas pelo agronegócio correspondem a mais de quatro vezes o território da França. Além disso, o Brasil é conhecido por mais de 160 países por suas rigorosas práticas sanitárias e ambientais, incluindo mercados da União Europeia, Estados Unidos, Japão e China.
“O Brasil tem uma das mais rígidas legislações ambientais do mundo, sempre buscando equilibrar nosso crescimento em produção agropecuária com o objetivo comum humanitário de preservação dos recursos naturais. Não permitiremos que interesses econômicos estrangeiros prejudiquem nossa imagem, nossa economia, a renda e a qualidade de vida dos brasileiros”, garantiu Jayme Campos, ressaltando que o Brasil conta, atualmente, com mais de 1.150 subsidiárias de empresas francesas, tornando-se o principal mercado para investimentos diretos franceses em países emergentes, à frente da China.
Texto: Fernanda Domingues
Foto: Sidney Lins Jr.