A Câmara dos Deputados realizou nesta quarta-feira (19) uma sessão solene em homenagem aos 40 anos da redemocratização do Brasil. O evento foi proposto pelo líder do União Brasil na Casa, o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União-MA), e prestigiado por José Sarney, o primeiro presidente civil do país após 21 anos de ditadura militar.
Em seu pronunciamento, Fernandes ressaltou a relevância histórica do ex-presidente no processo de transição democrática, com destaque para o seu papel na convocação da Assembleia Nacional Constituinte e na promulgação da Constituição de 1988.
“Seu governo garantiu a liberdade democrática, a liberdade de imprensa e o pleno exercício da cidadania. Graças ao diálogo e à conciliação, o Brasil atravessou um momento crítico e conseguiu a paz rumo à democracia consolidada”, afirmou.
O parlamentar afirmou que, desde a redemocratização, o país tem avançado no fortalecimento das instituições, na garantia de direitos e na participação ativa da população na definição dos rumos do país. No entanto, Fernandes alertou que a democracia precisa ser defendida, aperfeiçoada e preservada a cada dia.
“O exercício da cidadania, o respeito à diversidade de opiniões e a transparência das instituições são pilares que devem ser constantemente reforçados. O país nos ensina que não há democracia sem diálogo, sem liberdade e sem compromisso de todos com o bem comum”, pontuou.
Homenagem a Sarney
Na solenidade, José Sarney foi condecorado com a Medalha do Mérito Legislativo, honraria direcionada para pessoas ou instituições que tenham trabalhos de impacto na sociedade. Aos 94 anos, o ex-presidente acumula mais de seis décadas de vida pública, com passagens pela Câmara dos Deputados, pelo governo do Maranhão e pelo Senado, onde presidiu a Casa por quatro vezes.
Ao receber a homenagem, Sarney enfatizou a importância da conciliação para manter a democracia viva.
“No Brasil, nós construímos nossa história com o espírito de conciliação que nos une sempre nos momentos de maior dificuldade. Conciliar é admitir que nós não somos donos da verdade e que nossas ideias podem conviver com outras ideias”, disse.
Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados