Mato Grosso, sob a gestão de Mauro Mendes (União), caminha para liderar a participação no Produto Interno Bruto (PIB) entre os estados brasileiros em 2025, com uma estimativa de 5,8%, segundo o boletim Resenha Regional, elaborado pelo Banco do Brasil com base na conjuntura econômica nacional e internacional. A projeção do estado é quase o triplo da média nacional prevista, de 2,2%.
O principal motor desse desempenho é o agronegócio, que deve registrar um crescimento de 10,8%, conforme o boletim. A produção de soja, carro-chefe da economia estadual, deve avançar 24,6% em relação à safra anterior, impulsionada pelo clima favorável, investimentos em tecnologia e expansão das áreas cultivadas.
A expectativa é de que Mato Grosso ultrapasse a marca de 101 milhões de toneladas de grãos, com destaque também para o algodão (alta de 7%) e o milho, que, mesmo com leve retração, mantém o estado como maior produtor do país, respondendo por 38% da produção nacional.
Efeito em cascata
O avanço no campo tem impactos diretos em outros setores. A indústria mato-grossense, fortemente integrada à cadeia do agronegócio, também deve registrar o maior crescimento industrial do país, com alta de 6,7%. O desempenho é impulsionado pela demanda por insumos, embalagens, biocombustíveis e pela expansão da atividade agroindustrial. Programas de incentivo, como o Prodeic (Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial), também contribuem para a expansão industrial e para o aumento do emprego formal, que cresceu 2,2% nos primeiros meses do ano.
No setor de serviços, a expectativa é de um crescimento de 3,4% em 2025. Em fevereiro, o estado se destacou com uma alta expressiva de 24,9%, impulsionada por setores como logística, armazenagem, construção civil e comércio atrelado ao agro. Apesar de uma retração acumulada de 11,1% nos primeiros meses do ano,reflexo da desaceleração econômica de 2024, a projeção para o restante de 2025 é de recuperação, com desempenho previsto como o terceiro maior do país.
“O dinamismo do agronegócio estimula uma cadeia ampla de serviços, desde o transporte até os serviços imobiliários, que vêm crescendo junto com a construção civil. É uma recuperação forte, sustentada por fatores climáticos favoráveis, investimentos privados e políticas públicas de estímulo”, apontou o coordenador de estudos econômicos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Vinicius Hideki.
Segundo o vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso (Fecomércio-MT), Marcos Pessoz, o bom desempenho econômico do estado está diretamente ligado à recuperação do agro, à alta na produção industrial e à consequente expansão do setor de serviços.
Ele lembrou que, em 2024, diversas regiões do estado enfrentaram dificuldades devido à estiagem, o que afetou negativamente a produção. No entanto, com a supersafra registrada em 2025, os efeitos positivos já são sentidos. Além do campo, a indústria também contribui para os bons resultados.
Crescimento
“Esse é um fator preponderante para que a economia como um todo seja impactada com o crescimento. Ambos os setores lidam muito com tecnologia hoje. A maioria dos serviços é feita com muita tecnologia envolvida na produção. E o que acontece quando você tem aumento na produção desses dois setores? O setor de serviços cresce porque você aumenta o número de lojas, de atividades comerciais para atender às empresas do agro, da indústria ou da agroindústria”, avaliou Pessoz.
O crescimento também é visível com a instalação de novas plantas industriais em Mato Grosso, o que amplia a demanda por manutenção, conservação e, naturalmente, por mais trabalhadores. Esse ciclo virtuoso movimenta a economia, impulsiona a população e exige a ampliação de serviços essenciais, como saúde, educação, lazer e alimentação.
“Tudo está interligado, comandado pelo crescimento do Estado, que hoje está acima da média nacional, entre os três principais do Brasil nesse quesito. Isso se deve à interação entre o agronegócio, a agroindústria e o setor de serviços”, completou o representante da Fecomércio.
*Foto: Christiano Antonucci/Secom
*Fonte: Sedec MT / Ascom