“ Valorizar o meio ambiente como tema político não é uma questão ideológica, mas estratégica. Mudanças climáticas, escassez hídrica, desmatamento e poluição são desafios que afetam indistintamente todos os cidadãos, independentemente de classe social ou orientação partidária. Por isso, é essencial que partidos de todas as vertentes incorporem a pauta ambiental em seus programas, promovendo debates qualificados e políticas públicas que reflitam o compromisso com a sustentabilidade.”
O texto acima foi publicado pelo jornal Gazeta Mercantil, na edição desta quinta-feira (21). Trata-se de uma análise do veículo sobre política e meio ambiente e faz parte de uma reportagem acerca do programa “O Coração da Amazônia”, desenvolvido pelo União Brasil, dentro do projeto Brasil 2044.
Crescimento econômico e preservação
A análise da GZM diz, ainda, que “A relação entre política e meio ambiente é indissociável em qualquer nação que aspire ao desenvolvimento sustentável. As decisões políticas moldam o uso dos recursos naturais, definem prioridades orçamentárias e estabelecem os marcos regulatórios que protegem ou fragilizam ecossistemas. Quando o meio ambiente é tratado como pauta transversal — e não como nicho — governos conseguem alinhar crescimento econômico com preservação, garantindo qualidade de vida para as gerações presentes e futuras.”
A reportagem explica que “O Coração da Amazônia” foi apresentado na conferência TheAmazon.Life, realizada na capital sueca, Estocolmo, no início do mês, e cita o exemplo positivo de Novo Airão, município amazonense que há dois mandatos é comandando pelo União Brasil.
A Gazeta Mercantil também entrevistou Mila de Rueda, coordenadora nacional do Brasil 2044. Reproduzimos aqui a entrevista:
GZM: Sobre o programa “Coração da Amazônia”, apresentado na conferência, o que diferencia essa iniciativa de outras que já existem na região e como o partido garante que ela não é apenas um plano, mas algo que já gera resultados concretos, como vemos em Novo Airão?
Mila: O Coração da Amazônia opera como hub de inovação com piloto de políticas de turismo ESG já em execução desde seu lançamento na COP29. O diferencial está na metodologia de alinhamento entre as três camadas: federal, estadual e municipal, o que é fundamental para garantir a eficácia das políticas públicas.
Esse entendimento entre as três esferas é um desafio não só no Brasil, mas em outros países, como já destacou o relatório do Global Stocktake (GST) da UNFCCC.
Em nosso trabalho, realizamos uma análise técnica das políticas existentes e definimos ações de curto, médio e longo prazo para o turismo em Novo Airão, nossa cidade protótipo.
O programa mantém diálogo com a ONU Turismo para compatibilizar o piloto às melhores práticas e indicadores internacionais da declaração de Glasgow. Em síntese: é uma execução estruturada, não apenas um plano, como já se observa em Novo Airão.
GZM: A apresentação menciona que o programa utiliza uma solução de inteligência artificial para auxiliar gestores municipais. Como o partido planeja expandir essa tecnologia para outras cidades e regiões, considerando a diversidade de infraestrutura e acesso à internet, para que ela possa realmente beneficiar a maior quantidade possível de municípios?
Mila: A solução de inteligência artificial foi desenvolvida por pesquisadores em parceria com o partido, com prioridades definidas por lideranças do União Brasil e suporte de técnicos que mapearam as melhores práticas. A ferramenta já é utilizada em Novo Airão, Barcelos e Rio Preto da Eva, no estado do Amazonas, com expansão para Ponta de Pedras, no Pará, em setembro.
A disseminação ocorre acompanhada de mentoria às equipes municipais, para que a administração pública interaja com a ferramenta, garanta o aprendizado da IA e extraia o melhor da política adequada à sua realidade, inclusive quando há limitações de conectividade e infraestrutura.
GZM: O programa está focado em prefeituras lideradas pelo União Brasil. O partido pretende abrir essa iniciativa para cidades de outras legendas que também tenham interesse em desenvolver o turismo sustentável na Amazônia, ou o programa continuará sendo uma política interna do partido?
Mila: O programa foi concebido como um hub de inovação com foco inicial em turismo ESG para conectar nossas bases políticas por meio do #ModoUnião, nosso ethos partidário de construção colaborativa.
É uma política pública que envolve também a sociedade e o empresariado, pois a entrega precisa gerar resultados práticos para o cidadão. Sendo assim, o programa possui um processo de formação política e uma mentoria de governança para ser implantado, o que só podemos fazer em âmbito partidário.
GZM: A comitiva do partido conheceu iniciativas suecas, como as balsas elétricas e o modelo de transporte urbano da Visit Sweden. Como o partido pretende adaptar essas tecnologias e conceitos para a realidade da Amazônia, que possui grandes desafios de infraestrutura e um contexto socioeconômico muito diferente do europeu?
Mila: A geografia fluvial sueca guarda paralelos com o Amazonas: múltiplas ilhas e transporte por rios. Tecnologias como balsas elétricas e mobilidade leve (bicicletas e patinetes) são adaptáveis às pequenas cidades amazônicas.
A diretriz é tropicalizar soluções: priorizar rotas curtas para embarcações elétricas, incorporar medidas simples de micromobilidade e ajustar a operação ao contexto local, impactando qualidade de vida do ribeirinho e eficiência do transporte.
GZM: O projeto “Coração da Amazônia” é parte de um programa maior, o “Brasil 2044”. Como o União Brasil garante que a visão de longo prazo para as cidades brasileiras, proposta no “Brasil 2044”, será mantida e implementada de forma contínua, mesmo com as mudanças de gestão municipal e federal ao longo dos anos?
Mila: A continuidade decorre de um hub permanente de debate de políticas públicas dentro do partido, conferindo visão de Estado nas esferas federal, estadual e municipal. O programa preserva parcerias com pesquisadores, empresários e lideranças políticas (parlamentares, prefeitos, governadores e ministros) e segue a estratégia definida pela direção partidária, liderada pelo presidente Antonio Rueda.
Com isso, trocas de gestão não reiniciam projetos: a agenda do Brasil 2044 mantém rota, prioridades e execução.
Confira a reportagem na íntegra.