O União Brasil é o único partido político do país que elegeu uma mulher indígena para ocupar o cargo de prefeita em 2020. Em Marcação, cidade do Litoral Norte da Paraíba, Eliselma Silva de Oliveira foi reeleita naquele ano com 2.965 votos – cerca de 77% da população do município é indígena. Conhecida como Lili, a gestora é da etnia Potiguara e morou grande parte da sua vida em uma aldeia.
A partir do conhecimento da realidade vivida pela população indígena, Lili desenvolveu diversos trabalhos e ações focadas na representatividade cultural, na saúde e na educação. Ao portal G1, a prefeita contou que implantou projetos que resgatam danças típicas e o ensino da língua Tupi nas unidades públicas de educação a fim de retomar “o modelo de fala” da diversidade dos povos indígenas.
Durante sua gestão, a prefeita garantiu que cerca de 80% da administração da cidade fosse composta por representantes indígenas. Graduada em Enfermaria, Lili também percorreu as diversas regiões do município com atendimentos de saúde direcionada às aldeias.
Outro ponto que ganhou o foco da prefeita foi o turismo da região. A prefeita Lili acredita que o estímulo a passeios de barco e o fomento à restaurantes que produzem comidas típicas podem resultar em melhorias no fluxo econômico do município. As atividades pesqueiras e de agricultura também fazem parte do plano de governo da gestora de Marcação.
Ao ser reconduzida ao cargo, em 2020, com uma chapa totalmente composta por indígenas, a prefeita enfatizou ter orgulho do seu povo: “Sempre levo esse nome, a nossa realidade, aonde vou. Assim, temos conseguido recursos para arcar com os anseios e atender aos sonhos de nosso povo”.
Quinze aldeias fazem parte do município de Marcação: Jacaré de São Domingos, Lagoa Grande, Estiva Velha, Grupiúna, Grupiúna do Cândido, Ibicuara, Tramataia, Brejinho, Três Rios, Camurupim, Coqueirinho, Caeira, Val e Carneiras.