Felipe Becari, Marangoni e Silvye Alves cobram execução de políticas públicas já existentes sobre o tema
Os deputados federais Marangoni (União-SP) e Silvye Alves (União-GO) defendem que uma fatia do Orçamento da União seja destinado ao acompanhamento de pessoas diagnosticadas com transtorno do espectro autista (TEA). Os parlamentares são autores do pedido de sessão solene que ocorreu nesta segunda-feira (3), em alusão ao Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo. No Brasil, estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas possuem o espectro.
Segundo Marangoni, eventos como esse são importantes para “chamar a atenção dos governos”. “Precisamos sair do discurso para o recurso. Não adianta a gente reconhecer como deficiência, ter a carteira que reconhece o diagnosticado, se as políticas públicas não forem efetivadas na ponta”, ressaltou.
O parlamentar é autor do PL 889/2023 que busca garantir, de acordo com padrões internacionais, prioridade nas consultas e diagnósticos de pessoas com TEA. “Estamos cobrando também que o governo federal crie uma ação orçamentária específica dentro dos ministérios do Desenvolvimento Social, da Educação e da Saúde para desenvolver ações para acolher, tratar, dar dignidade e qualidade de vida para as pessoas diagnosticadas com TEA e suas famílias”, completou.
“Fomentar política pública”
Ao citar o episódio em que uma jovem autista do Rio de Janeiro sofreu bullying dentro da escola, Silvye Alves defendeu que a informação seja ferramenta para superar o preconceito. “Escolarização é na escola, educação é em casa. Queria muito que os governos e o Congresso Nacional abraçassem essa causa. São pessoas que necessitam do básico. Às vezes, os pais sequer têm acesso a atendimento e diagnóstico. Temos que fomentar uma política pública junto ao governo federal de qualquer jeito. Autismo não tem cura, mas todos merecem ter dignidade e qualidade de vida”, enfatizou a deputada.
Presidente da Frente Parlamentar de Proteção às Pessoas com Transtorno do Espectro Autista, o deputado Felipe Becari (União-SP) garantiu que o Congresso Nacional está disposto a trabalhar pelo tema. “Se preocupar só com números, só com a lei, não vai resolver. Vendo a realidade das famílias atípicas, eu vejo que as políticas públicas não são executadas. Na frente parlamentar, não vamos apenas falar de estatísticas e não fazer nada. Vamos fiscalizar e executar as políticas públicas já existentes nos estados e municípios”, assegurou.