Deputados e deputadas cobraram punições mais severas a agressores em sessão solene pelo Dia Nacional de Luta Contra Violência à Mulher
Com a presença da bancada feminina do União Brasil, a Câmara Federal realizou sessão solene em homenagem ao Dia Nacional de Luta Contra Violência à Mulher, celebrado na última terça-feira (10). Um dos requerentes do evento, assim como a deputada Silvye Alves (União-GO), o deputado Marangoni (União-SP) citou que uma mulher é vítima de violência a cada quatro horas no Brasil.
“Enquanto essa sessão solene estiver ocorrendo, uma mulher estará sendo violentada no Brasil. Esta é a triste estatística que temos em nosso país, infelizmente. Estamos juntos para reforçar o compromisso do Parlamento brasileiro em promover esta importante data e reconhecer que precisamos avançar na luta contra a violência à mulher. Além de garantir que as mulheres sejam respeitadas e que não sejam violentadas em hipótese alguma: sexual, verbal, física, psíquica e patrimonial”, elencou o parlamentar de São Paulo.
A coordenadora do Observatório Nacional da Mulher na Política da Secretaria da Mulher, deputada Yandra Moura (União-SE), lembrou ainda que “esses tipos de violência são cometidos por gente de dentro de casa”.
“São familiares, companheiros que as mulheres escolheram passar uma vida, que deram amor, carinho e atenção, mas que cometem esse tipo de atrocidade. Os impactos na vida dessas mulheres são desvatadores, começando pela saúde mental. Mulheres que passam por este tipo de violência nunca mais serão as mesmas no sentido psicológico”, lamentou ela.
Para a deputada Fernanda Pessoa (União-CE), a igualdade salarial pode ser um meio de reduzir o índice de violência feminina. “Venho de uma região em que o feminicídio é muito alto, principalmente no Ceará. Precisamos trabalhar para que as mulheres tenham condições de igualdade salarial. Eu acredito que, com a igualdade salarial, vamos diminuir o índice de violência. Teremos mulheres independentes financeiramente e é por isso que temos que trabalhar [na Câmara]”, defendeu.
Já a deputada Rosângela Moro (União-SP) avaliou que as leis atuais ainda são incapazes de proteger as mulheres. “A tipificação do feminicídio no Código [Penal] foi um avanço, mas não tem sido suficiente. Unamos todas as nossas forças para combater todos os tipos de violência. Não é uma tarefa da esquerda ou da direita, é uma tarefa de humanidade. Precisamos de políticas públicas mais eficientes, de investimentos em educação e em campanhas de conscientização e de uma sociedade mais igualitária”, cobrou a parlamentar.
Apoio
Durante a sessão solene, deputados manifestaram solidariedade e apoio à presidente eleita do Tribunal de Contas do Amazonas, Yara Lins. Na última sexta-feira (6), ela denunciou ataques verbais proferidos pelo colega Ari Moutinho, que a chamou de “safada” e “cachorra”.
“Queria me solidarizar com essa grande mulher, a presidente do TCE do Amazonas, doutora Yara Lins, que foi barbaramente agredida por um cidadão que não merece nosso respeito, merece nosso repúdio”, disse a deputada Fernanda Pessoa.
A deputada Rosangela Moro foi na mesma esteira. “Me solidarizo com a sua excelência, a presidente eleita do TCE-AM, Yara Lins. Apresentamos uma nota de repúdio porque nós não podemos mais tolerar essas situações, que acontecem em todos os momentos”, complementou.
Filho de Yara Lins, o deputado federal Fausto Santos Jr. (União-AM) falou do papel dos homens no combate à violência contra as mulheres. “Nós enquanto homens temos a responsabilidade e o dever de combater o machismo, a misoginia, a violência contra as mulheres. Precisamos denunciar porque esse tipo de covardia não pode ficar impune. E quando uma mulher é agredida, eu como filho posso dizer que toda a família está sendo agredida”.
Ainda sobre o caso de agressão à mãe, Santos Jr enfatizou que a punição ao conselheiro Ari Moutinho deve ser exemplar. “Precisamos combater esse tipo de pessoa, principalmente àqueles que se utilizam de um cargo público pensando que por conta disso vão cometer os seus crimes e ficar na impunidade. Agressores não passarão”, finalizou.