Em discurso na cerimônia de entrega do Diploma Bertha Lutz, nesta quarta-feira (6), no plenário do Senado, a senadora Professora Dorinha (UNIÃO-TO) disse que a luta pelos direitos das mulheres será permanente e ressaltou a necessidade de assegurar igualdade na representação entre homens e mulheres nos espaços públicos do país.
“Nossa luta hoje não está mais centrada somente na garantia dos direitos básicos para todas as mulheres – quase todos já estão inscritos na norma constitucional -, mas em assegurar que os espaços públicos tenham a representação igualitária de homens e mulheres, nos seus postos de destaque”, frisou a parlamentar.
A parlamentar também criticou a falta de espaço para mulheres na política, mesmo que o sexo feminino represente mais de 50% da sociedade brasileira. “Hoje somos 46% de mulheres filiadas a partidos políticos, entretanto, não representamos 34% das candidaturas”. Para Dorinha, aumentar a participação das mulheres no mundo político é fundamental para o fortalecimento da democracia.
“Temos o direito de ocupar 30% das candidaturas e muitos dizem: ‘vocês já têm as mesmas condições’, mas nos davam um Fusca enquanto o concorrente, muitas vezes, tinha uma Ferrari para a disputa. Então, essa luta dos 30%, no mínimo, dos fundos eleitoral e partidário para as mulheres foi essencial para ocuparmos mais vagas no Congresso Nacional”, afirmou.
Ainda de acordo com a senadora, lutar pelo direito das mulheres e por mais representantes femininas em cargos de destaque é um dever, não um favor do poder público. “Reconhecemos que somos mais de 50% da população. Na área da educação, o número de mulheres com graduação, mestrado e doutorado é muito maior que o dos homens. Isso mostra que não é um favor ocuparmos nossos espaços. Queremos respeito e que condições nos sejam dadas”, explicou.
Diploma Bertha Lutz
Criado em 2001 pela Casa, o Diploma Bertha Lutz é entregue todos os anos a mulheres e homens que tenham oferecido contribuição relevante à defesa dos direitos da mulher e questões do gênero no Brasil, em qualquer área de atuação. A paulista Bertha Maria Lutz era bióloga e advogada e foi uma das figuras mais significativas do feminismo e da educação no Brasil do século XX. Foi eleita suplente para a Câmara dos Deputados em 1934. Em 1936, assumiu o mandato de deputada, que durou pouco mais de um ano. Ela faleceu em 1976, no Rio de Janeiro. “Foi uma pioneira na luta pelos direitos da mulher e, por isso, reconhecemos sua luta e importância”, disse Dorinha.
Texto: Fernanda Domingues
Foto: Sidney Lins Jr.