Deputada estadual disse que está na política “para ser a voz de pais que não conseguem dar tratamento aos filhos”
A deputada estadual Flávia Francischini (União-PR) recebeu em Brasília a medalha de honra ao mérito Maria da Conceição Tourinho, entregue pelo partido Agir a quem defende os direitos das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A cerimônia foi realizada na última quarta-feira (31), na Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Mãe de um autista de 13 anos, Flávia agradeceu a homenagem e disse que o autismo, para ela, “é uma causa de vida”.
“O autismo é o meu propósito de vida. Eu carrego essa bandeira pelos 399 municípios do Paraná, mostrando para aquela mãe, aquele pai que acabou de receber o diagnóstico que existe, sim, solução. Me sinto lisonjeada por ter recebido esta menção honrosa, um certificado como parlamentar e como mãe que carrega essa bandeira. Não é fácil, nem como mãe, nem como parlamentar”, apontou.
Segundo a parlamentar paranaense, a maior dificuldade enfrentada pelas famílias atípicas é a falta de diagnóstico e de profissionais especializados nos municípios. “Existem hoje, em 70% das famílias, mães que são abandonadas, mães com situação financeira difícil. Mas mães são guerreiras e jamais abandonam seus filhos”, argumenta.
Ao falar do filho Bernardo, Flávia Francischini não segurou as lágrimas. “Hoje, eu estou aqui para ser a voz de muitos pais, de muitos paranaenses que até hoje não conseguem dar tratamento para os seus filhos. Eu costumo dizer nas nossas palestras que Deus nos deu um anjinho. Se o gênio da lâmpada falasse pra gente ‘faça três pedidos’, eu pediria que o Bernardo viesse da mesma forma, com as mesmas condições. Ele ensinou a gente a amar incondicionalmente, um amor que a gente não conhecia”, resumiu.
“Cuidar de todas as fases do autismo”
Marido de Flávia Francischini e pai do deputado federal Felipe Francischini (União-PR), o ex-deputado federal Delegado Francischini também esteve presente na solenidade e lembrou de sua atuação no Congresso Nacional em defesa dos autistas.
“Passei muitos anos no Congresso Nacional e eu sempre falo que a lei que mais repercutiu é a da análise do risco psíquico para crianças até os 18 meses. É o pré-diagnóstico precoce do autismo, é onde o médico pediatra, pelo SUS, deve fazer as perguntas, o M-CHAT [escala de rastreamento que pode ser utilizada em crianças durante visitas pediátricas com objetivo de identificar traços de autismo]. É muito importante a gente cuidar de todas as fases do autismo, do tratamento, do remédio, do diagnóstico precoce”, ressaltou.